Se você é fã de terror, o Cine Vibes te convida a voltar para Derry e encarar novamente os medos mais profundos criados por Stephen King. It: A Coisa é uma das obras mais emblemáticas do autor, e suas adaptações para TV e cinema deram vida (e rosto) a um dos vilões mais assustadores de todos os tempos: Pennywise, o palhaço dançarino. Mas você sabia que há mudanças enormes entre o livro e as versões que chegaram às telas?
Hoje, vamos mergulhar nas maiores diferenças entre It: A Coisa livro e filmes transformações que alteraram completamente a essência da história e dos personagens. Prepare-se para descobrir o que ficou de fora, o que foi reinventado e o que nunca pôde ser mostrado nas telonas.

Reconfiguração temporal
No livro, conhecemos o Clube dos Otários no final dos anos 1950, um período que reflete a inocência e as tensões da Guerra Fria. Já o reencontro adulto ocorre em 1985, criando um contraste marcante entre infância e vida adulta. Nos filmes, tudo muda: os eventos da infância acontecem no fim dos anos 1980 e o reencontro em 2016. Essa alteração aproxima o público moderno e muda o pano de fundo histórico, trocando o pós-guerra por uma nostalgia mais recente.
A prole de Pennywise
No romance, o confronto final revela um detalhe macabro: Pennywise é fêmea e está botando ovos. Bill e Richie percebem que ela está prenhe, e Ben fica para esmagar cada ovo, evitando o nascimento de novos monstros. A cena traz um peso simbólico e biológico para a luta final, que os filmes ignoram completamente. No cinema, o foco é apenas derrotar o vilão principal, sem qualquer menção à sua descendência.
A cena mais infame da literatura
Um dos momentos mais polêmicos do livro foi completamente excluído das adaptações. Depois da primeira batalha contra Pennywise, Beverly acredita que o grupo precisa se reconectar para sair dos túneis. No romance, ela inicia um ato íntimo com os meninos, representando a transição da infância para a vida adulta. A cena é simbólica, mas extremamente controversa e, por motivos óbvios, nunca foi adaptada.
As formas monstruosas que Pennywise assume
Nos livros, Pennywise é um ser mutante que usa os medos individuais das crianças para atacá-las. Lobisomens, múmias e criaturas míticas aparecem de forma aterrorizante. Já nas adaptações, ele quase sempre surge como o palhaço, reforçando o ícone visual, mas sacrificando a diversidade de horrores personalizados que tornavam o livro mais profundo.
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O papel de Beverly Marsh
Na obra original, Beverly é uma das personagens mais fortes do grupo. Ela enfrenta o pai abusivo e participa ativamente das batalhas, sendo quem dispara o golpe decisivo contra Pennywise. Já nas adaptações, ela é sequestrada e colocada no papel de donzela em perigo, até ser resgatada pelos meninos. A versão adulta tenta resgatar sua força ao mostrá-la enfrentando o marido violento.
Patrick Hockstetter
Patrick é um dos personagens mais perturbadores do livro, um sociopata cruel e imprevisível. Sua morte é uma das cenas mais impactantes da narrativa. No entanto, nos filmes, ele vira apenas um figurante um bully genérico que morre rapidamente, sem qualquer relevância para a trama.
Richie Tozier
No livro, Richie é engraçado e sarcástico, mas seu humor reflete o racismo e os preconceitos da época, servindo como crítica social. Nas versões modernas, isso é suavizado. O Richie dos filmes é mais emocional e humano, e há sutis referências à sua sexualidade, algo nunca abordado no original.
A ausência do Ritual de Chüd
O confronto final do livro é místico e filosófico. O chamado Ritual de Chüd é uma batalha mental e espiritual entre o bem e o mal, repleta de simbolismo. No cinema, isso é trocado por uma luta física nos esgotos mais fácil de entender e filmar, mas com menos profundidade.
O papel de Henry Bowers
Henry, o valentão que aterroriza o Clube dos Otários, representa o mal humano que permeia Derry. No livro, ele volta como adulto, possuído por Pennywise, e quase mata Mike e Eddie. Nos filmes, sua presença é reduzida, tornando-o apenas um obstáculo menor na jornada dos protagonistas.
O trauma racial de Mike Hanlon
Mike é o coração da história no romance. Seu passado está ligado ao racismo estrutural de Derry, principalmente com o ataque ao Black Spot, um clube frequentado pela comunidade negra. Nos filmes, isso desaparece. A morte de seus pais em um incêndio genérico apaga um dos temas sociais mais fortes de Stephen King, deixando o personagem menos complexo.

Uma história, várias interpretações
As diferenças entre It: A Coisa livro e filmes mostram como cada adaptação traduz o terror de Stephen King à sua maneira. Enquanto o livro mergulha em traumas, simbolismos e horrores psicológicos, os filmes focam no medo visual e no espetáculo. Nenhuma versão é superior são apenas reflexos de tempos e públicos diferentes.
E você, qual versão de It: A Coisa mais te marcou? Prefere o terror literário de King ou o visual arrepiante das telonas? Comente e conte pra gente!









