No mundo dos filmes de terror, a linha entre o real e o imaginário muitas vezes se torna tênue, levando os espectadores por um labirinto de medo, angústia e, às vezes, pura confusão. Imagine, então, descobrir que tudo o que causou calafrios na sua espinha nunca realmente aconteceu, pelo menos não fora da cabeça do protagonista. Essa revelação pode ser tanto um golpe quanto um gênio narrativo, dependendo de como é executada. Neste artigo, vamos explorar 7 filmes de terror onde os horrores vividos pelos personagens principais não passaram de elaboradas construções de suas mentes.
A ideia de que as coisas terríveis que acontecem nos filmes de terror estão apenas na cabeça do personagem principal é, sem dúvida, uma das reviravoltas mais controversas na história do cinema. Para alguns, pode parecer um truque barato, um jeito de dizer “foi tudo um sonho” sem realmente dizer. No entanto, quando bem feito, esse trope pode adicionar uma camada extra de terror psicológico, revelando profundezas inesperadas tanto no enredo quanto no protagonista. Apesar de alguns argumentarem que esse recurso é um clichê cansativo, há filmes que conseguiram utilizá-lo de maneira surpreendentemente inspirada, transformando o que poderia ser um ponto fraco em um de seus maiores trunfos.
Confira agora os 7 filmes de terror:
– Sorria
Sorria, sucesso de 2022, pegou muitos de surpresa com seu final inovador. Ao longo do filme, vemos a psiquiatra Rose, interpretada por Sosie Bacon, ser perseguida por um demônio que sorri de maneira perturbadora. Esse ente, diferentemente dos típicos vilões do terror, atormenta a protagonista em plena luz do dia e em ambientes públicos. O desfecho de Sorria revela uma verdade assustadora: o demônio se alimenta do medo e do desespero de Rose, sendo invisível para todos, exceto para ela.
– Cisne Negro
Em Cisne Negro (2010), Darren Aronofsky nos apresenta uma história de terror ambientada no mundo do balé, que nunca foi real. Natalie Portman dá vida a Nina, uma bailarina que se desdobra para interpretar os papéis do Cisne Branco e do Cisne Negro. Conforme a pressão aumenta, com sua posição ameaçada por Lily (Mila Kunis), Nina se vê cercada por figuras enganosas, culminando na descoberta de que a verdadeira ameaça sempre foi ela mesma, consumida pela loucura do perfeccionismo.
– Triângulo do Medo
Triângulo do Medo (2009) apresenta uma reviravolta perturbadora ao misturar terror com manipulação temporal. Jess, uma mãe solteira vivida por Melissa George, se vê presa em um loop temporal após um acidente de barco, sendo perseguida por um assassino mascarado. O terror real de Jess, entretanto, é a incapacidade de aceitar a morte de seu filho, fazendo com que os eventos horripilantes do filme se desenrolem apenas em sua mente.
Leia mais:
- Série que está bombando no streaming tem versão chinesa: Veja!
- Netflix: Conheça 3 Doramas que chegam no streaming em 2024
- Conheça o Dorama mais assistido de 2024
– 1408
A adaptação do conto de Stephen King, 1408, destaca-se por seu foco no psicológico do protagonista. John Cusack interpreta um cínico anti-herói que passa a noite em um quarto de hotel notoriamente assombrado. O filme brinca com a percepção do espectador, insinuando que tudo acontece na mente do personagem. Ainda assim, a tensão é palpável, e a versão do diretor nos deixa questionando a natureza da realidade apresentada.
– Censor
Censor (2021) é uma sátira sombria do pânico moral em torno dos filmes “Video Nasty” dos anos 80. A protagonista, Enid, interpretada por Niamh Algar, é uma censora de filmes que se torna obcecada por um filme que parece conter uma cena de assassinato real. Conforme desvenda o mistério, descobrimos que Enid é atormentada por delírios violentos, tornando-se a verdadeira ameaça da história.
– Possum
Possum (2018), um filme de terror indie britânico, lentamente desvenda a história de um artista infantil atormentado por um boneco possuído. O filme culmina na revelação de que o boneco, e os horrores que ele traz, nunca foram reais, servindo apenas como manifestações do trauma de infância do protagonista.
– Jacob’s Ladder
Jacob’s Ladder (1990) é talvez um dos mais icônicos filmes de terror com esta reviravolta. Tim Robbins interpreta Jacob, um veterano do Vietnã que é assombrado por visões perturbadoras. No fim, é revelado que Jacob nunca deixou o Vietnã, tendo passado o filme inteiro imaginando um futuro que nunca teria, enquanto morre em uma mesa de operação.
Esses filmes de terror mostram que, quando bem executado, o trope de “tudo aconteceu na cabeça do protagonista” pode oferecer uma experiência cinematográfica única, profundamente perturbadora e inesquecível. Ao explorar os labirintos da mente humana, essas obras nos convidam a questionar a natureza da realidade, do medo e da própria sanidade.