O termo “incel” tem ganhado cada vez mais destaque na mídia, especialmente após a estreia da série britânica Adolescência na Netflix. A produção aborda temas como masculinidade tóxica, violência online e o impacto das redes sociais na formação dos jovens, trazendo à tona debates importantes sobre esse fenômeno.
Mas, afinal, o que significa “incel”? Apesar de estar cada vez mais presente em discussões na internet, muitas pessoas ainda não compreendem o real significado do termo e sua relação com questões sociais mais amplas. Neste artigo, explicamos a origem da palavra, o impacto da cultura incel e como a série Adolescência retrata esse universo.

O que significa “incel”?
A palavra “incel” é uma abreviação de involuntary celibate, que significa “celibatário involuntário”. De forma simples, o termo se refere a pessoas que desejam ter relacionamentos românticos e sexuais, mas não conseguem encontrar parceiros.
Na internet, muitos homens que se identificam como incels se reúnem em fóruns online para compartilhar frustrações e experiências pessoais. Esses espaços, conhecidos como parte da “machosfera”, costumam reforçar a ideia de que esses indivíduos são vítimas de padrões de beleza e dinâmicas sociais que os impedem de ter sucesso com mulheres.
O problema é que, em muitos desses grupos, a frustração se transforma em ressentimento. Muitos participantes desenvolvem visões negativas sobre as mulheres e sobre relacionamentos, propagando ideias extremistas e, em alguns casos, discursos de ódio.
Como a cultura incel cresceu na internet
Embora a ideia de pessoas frustradas com sua vida amorosa exista há muito tempo, o fenômeno incel ganhou força nos últimos anos, impulsionado pelo crescimento das redes sociais e fóruns anônimos.
Pesquisadores apontam que muitos jovens entram nesses espaços em busca de apoio para sua solidão, mas acabam absorvendo um discurso pessimista e fatalista. A crença predominante nesses grupos é a de que sua falta de sucesso romântico é algo imutável e que não há nada que possa ser feito para mudar essa realidade.
Essa mentalidade gera um ciclo negativo, no qual os membros reforçam uns aos outros que são vítimas das circunstâncias, alimentando ainda mais o isolamento e o rancor. Em casos extremos, essa frustração resultou em atos violentos, tornando o tema um alerta para especialistas em comportamento online.
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Como a série Adolescência retrata o universo dos incels
A série britânica Adolescência, que estreou recentemente na Netflix, trouxe o tema dos incels para o centro das discussões ao abordar como jovens são influenciados por discursos de ódio e masculinidade tóxica na internet.
A trama segue Jamie Miller, um adolescente britânico de 13 anos que é detido após a morte de uma colega de escola. Durante a investigação, a série explora como ele foi exposto a comunidades online que propagam crenças misóginas e ideias extremistas.
Um dos conceitos apresentados na série é a “regra do 80/20”, uma teoria popular entre os incels que sugere que 80% das mulheres se sentem atraídas por apenas 20% dos homens, deixando os outros sem chances de conquistar alguém. Essa ideia reforça a mentalidade fatalista desses grupos, convencendo seus membros de que não há saída para sua situação.
Outro conceito abordado é o da “pílula negra”, que faz referência à famosa “pílula vermelha” de Matrix. Na cultura incel, “tomar a pílula negra” significa aceitar que seu destino já foi determinado desde o nascimento e que forças externas, como o feminismo e os padrões de beleza, controlam quem pode ou não ter sucesso nos relacionamentos.

O impacto de Adolescência no debate sobre incels
A série Adolescência trouxe uma representação realista e preocupante de como o universo dos incels pode influenciar jovens vulneráveis. Com a ascensão das redes sociais, esses discursos estão mais acessíveis do que nunca, e a série alerta para os perigos desse tipo de ideologia.
A discussão sobre incels é complexa e envolve questões como saúde mental, autoestima e o impacto da internet na construção da identidade dos jovens. Ao trazer o tema para o entretenimento, Adolescência abre espaço para um debate mais amplo sobre a importância da educação digital e da conscientização sobre os perigos da radicalização online.